terça-feira, 22 de novembro de 2011

INCARCÂNU A TIORTINA


Quinta-feira - 24.11 - 20hs - Auditório Azul da Escola de Ciência da Informação


Terceiro dia da I Mostra de Cinema Comentado ECI
Transmissão on-line pelo link:
http://cati.eci.ufmg.br/index.php/eci-ao-vivo



“Incarcânu A Tiortina”. 



Documentário, 2008. 
Direção de Tau Tourinho & Gabriel Lopes Pontes. 

A música deste filme é CHORO. 
A dança deste filme é SAMBA. 
O tema deste filme é CACHAÇA. 
Você consegue imaginar um filme mais brasileiro? 

De maneira fragmentada e não-linear e sem a emissão de qualquer juízo de valor, “Incarcânu A Tiortina” flagra o cotidiano de Túli e Lubisôni, dois folclóricos cidadãos de Conceição do Almeida que fizeram do alcoolismo, mais do que um vício, um modus vivendi. Ao longo do filme, os dois vagueiam não só por sua terra natal como pelas vizinhas São Felipe, Muniz Ferreira e Santo Antônio de Jesus, na busca da realização do seu excêntrico sonho de ter um alambique dentro de casa. Destaque para a trilha sonora do premiado compositor Almir Côrtes e o samba ancestral do grupo Samba da Capela.

NOVOCINEMANOVO


NOVOMANIFESTO DO NOVOCINEMANOVO

Por Tau Tourinho, Lucas Virgolino & Gabriel Lopes Pontes

PONTO UM – POR UM CINEMA VERDADEIRAMENTE NOSSO

O NOVOCINEMANOVO pretende ser, na sua temática e no tratamento à ela dispensada, um cinema essencialmente brasileiro, baiano e do Recôncavo, sem que isto implique necessariamente em sectarismo ou xenofobia.

O NOVOCINEMANOVO valoriza e pretende divulgar a dança, a música, a plasticidade, o folclore, os costumes, o linguajar e a cultura do povo do Brasil, da Bahia e do Recôncavo

PONTO DOIS – OS TRÊS PILARES DA PROPOSTA ESTÉTICA

PRIMEIRO PILAR

O ROTEIRO (QUASE) INEXISTENTE E O ARGUMENTO INSTÂNTANEO

Levando em consideração a afirmação do poeta espanhol Antonio Machado de que “(...) no hay camino / se háce camino al andar (...), O NOVOCINEMANOVO não emprega nem roteiros nem argumentos propriamente ditos, previamente escritos, tendo como eixo narrativo apenas uma idéia-base, necessariamente muito resumida e vaga, a partir da qual elenco e direção improvisam com liberdade quase absoluta, daí surgindo instantaneamente o argumento. Por isto, o NOVOCINEMANOVO afirma empregar o roteiro(quase) inexistente e o argumento instantâneo.

SEGUNDO PILAR

O ATOR REAL

O NOVOCINEMANOVO recusa-se radicalmente a empregar pessoas com formação de ator, por mínima que essa seja. O NOVOCINEMANOVO emprega exclusivamente o doravante designado ator real. Ou seja, o NOVOCINEMANOVO convoca indivíduos anônimos, do povo, a viverem na tela situações inerentes às suas próprias vidas. Este ator real que o NOVOCINEMANOVO preconiza vive seu próprio papel, é intérprete de si mesmo.

TERCEIRO PILAR

A LINGUAGEM HÍBRIDA DOCUMENTAL-FICCIONAL

O NOVOCINEMANOVO não realiza documentários, na medida em que as situações vivenciadas pelos personagens são induzidas pela direção. O NOVOCINEMANOVO realiza documentários, na medida em que os personagens vivenciam situações referentes à sua própria realidade.

O NOVOCINEMANOVO não realiza filmes ficcionais, na medida em que expõe a realidade específica de pessoas de carne e osso, que não empregam técnicas de interpretação para encarnar personagens fictícios. O NOVOCINEMANOVO realiza filmes ficcionais, na medida em que não se limita a registrar literalmente situações reais vividas por pessoas reais, mas induz essas pessoas a vivenciar certas situações inerentes à sua realidade cotidiana, que, de outra forma, não vivenciariam.

Portanto, se o NOVOCINEMANOVO, ao mostrar contextos reais, não deixa de estar realizando documentários, tampouco deixa de realizar filmes ficcionais ao amoldar esses contextos às conveniências de um discurso cinedramático, neles interferindo através da criação proposital de cenas irreais.

PONTO TRÊS – A VALORIZAÇÃO DO HUMANO EM DETRIMENTO DO TECNOLÓGICO

O NOVOCINEMANOVO pretende reduzir ao mínimo essencial o equipamento necessário para captação de imagens e sons, despriorizando a técnica em função da inventividade.

Em suma, a proposta estético-cinematográfica do NOVOCINEMANOVO transcende e leva às últimas conseqüências a proposta original do CINEMA NOVO de Glauber Rocha, ao enfatizar ainda mais a espontaneidade e o improviso, através do emprego do roteiro (quase) inexistente e do argumento instantâneo, e da substituição do ator propriamente dito, amador ou profissional, pelo ator real.

Alea Jacta Est

Tau Tourinho
Lucas Virgolino
Gabriel Lopes Pontes

Mais informações em:

Informações sobre a mostra:

Transmissão on-line pelo link:

http://cati.eci.ufmg.br/index.php/eci-ao-vivo

Os comentários dos diretores e o debate com o público será feito através de vídeo conferência Minas-Bahia.

O DA, em parceria com a ECI, aposta na utilização da tecnologia como forma de melhorar o acesso à informação e ao conhecimento. Aposte você também!

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